quinta-feira, maio 29, 2008

A gata desceu do palco...




... e a malta gritou "Moonshine!!!!"

Sónia

quarta-feira, maio 28, 2008

Tão lindo!



My blueberry nights, de Wong Kar Wei


andré

Antevisão?

O concerto de Lisboa, por Pedro Mexia:


Os concertos de Cat Power são sempre happenings emocionais. Quer as coisas corram mal (como no seu primeiro concerto português) quer corram bem (como no segundo), a intensidade está garantida. Não pude estar presente na sua estreia portuguesa, a tal que descambou numas fitas alcoólicas. Na altura do segundo espectáculo (triunfal) estava eu em prisão domiciliária e também não fui. Ontem, no Coliseu esgotado, vi finalmente a georgiana da franjinha, e nem sei que vos diga. Foi muito bom, embora tenha sido fraquinho. Explico: a rapariga estava nervosa, a voz cansada, os gestos desconexos, os movimentos erráticos. Há notas que ela dá nos discos e que ao vivo nem tentou. Não faltava entrega, mas faltava segurança, e várias vezes ela pediu desculpa, ou conversou com os técnicos ou cirandou indecisa. Cat Power teve a ingrata tarefa de apresentar um disco de covers (Jukebox, 2008), mas felizmente tem uma banda bestial (Dirty Delta Blues Band) que vai de Billie Holliday a Jagger, e de Otis Reading a Sinatra, com grande brio e bravura. Ela passarinhava pelo palco, às vezes cantava a meia voz, outras vezes tentava uma descontracção jazzística, outras ainda apostava numa tensão emotiva e gingante muito seventies. O concerto ia vogando entre medíocre e médio, com visitas a The Greatest (2006) pontuais arrancanços. O mais consistente foi «Metal Heart» (álbum Moon Pix, 1998), uma descarga de energia pulsional capaz de desfazer as pedras da calçada. O mais estranho foi o final do concerto, já não um momento musical mas uma catarse colectiva, com a mais longa saída de palco a que já assisti (e sem encores). Cat Power tinha vindo contorcer-se e condoer-se no meio da plateia, e o público apoteótico ficou asism até ao fim, todos em pé e ela dando mais uns passinhos e agradecendo mais uns segundos, mais uns minutos, recebendo flores, aos saltos teatrais, vénias e salamaleques, os aplausos não acabavam e a banda já estava no duche e as luzes já estavam acesas, e já se ouvia a música de debandada e ela ainda ali a agradecer, a agradecer, as pessoas entusiasmadas porque ela não saía do palco, ela que não saía do palco porque as pessoas estavam entusiasmadas, estranha rapariga de feições estranhamente belas e vincadas, que agradecia mais e mais, essa rapariga de quem gostamos porque sofreu, de quem gostamos porque se engana e pede desculpa, de quem gostamos e que aplaudimos porque teve a coragem da sua fragilidade.


[evva]

terça-feira, maio 27, 2008

Sugestão


The Clientelle, no Passos Manuel, esta sexta.

Sónia

Recordatório



Cat Power no Coliseu do Porto, já amanhã!!!!

Sónia




andré

segunda-feira, maio 26, 2008

A propósito de La pelota vasca

Corrijam-me se estiver errado mas o que se vive no país Basco deve ser o último caso de terrorismo ainda existente na Europa dos 27. E se não for único não deve haver muitos mais para contar.
O documentário realizado por Julio Medem em 2003 aparece em pleno governo Aznar, pouco depois da ilegalização do Batasuna, e com o movimento Basta Ya como pano de fundo. Digamos que nesta altura a situação que nunca foi simples estava um pouquinho complicada.
Daí que não espanta que se diga logo no início que esta é uma obra para promover o diálogo. Assim se espera.

Passado o período das certezas, hoje o melhor que sei fazer é acumular dúvidas. Não dívidas. Essas, felizmente estou a conseguir pagar, com mais ou menos esforço.
Mas, até um gajo cheio de certezas fica um pouco confuso quando aborda a questão do país basco. Afinal aquilo é Espanha ou não é Espanha? E se não é Espanha, deve ou não dever ser independente? E se deve ser independente, o que fazer com a Catalunha e com a Galiza?
Este é um dos méritos do documentário, o facto de apresentar os problemas que estão por detrás do terrorismo. É que de vez em quando, de tanto mediatizarmos a superfície das coisas, esquecemos da sua substância. E convenhamos, é mais fácil culpar os bascos pelo terrorismo do que tentar encontrar uma solução para a sua autonomia.
Culpados há dos dois lados. De um lado, temos os tipos do género 'sou diferente e quero manter-me diferente' do outro lado tipos do género 'somos todos iguais e temos de ser todos iguais'.

Outro dos pontos de interesse do documentário é o elevado número de pessoas que envolve, de políticos a académicos, passando por músicos e polícias, na maiora de origem basca. Vítimas, aparecem de ambos os lados. As viúvas, os orfãos, as mulheres dos condenados que têm de andar a fazer viagens pelo país para ver os seus maridos, os presos torturados, estão lá todos. Dos agressores temos mais imagens do que depoimentos, o que não é de estranhar. Por exemplo, o maior de todos eles, o sr. general, jaz tranquilo na sua tumba. Não se pode fazer muito em relação a ele. E no entanto, é a partir da guerra civil e do ambiente que se cria no regime franquista que nasce muita da animosidade e, sobretudo, é aí que nasce a ETA.

O que me leva a uma das conclusões mais tristes do documentário. Pensar que grande parte do problema Basco se relaciona com a barbarie de um regime que já passou à história mas do qual, ainda hoje, a Espanha tem dificuldade em se libertar. Nesse sentido, é ainda mais triste pensar que um partido democrático como o PP possa ser, de alguma forma, refém ou cumplice desse passado. A segunda conclusão triste é pensar que muitos dos nacionalistas toleram a violência da ETA. Por um lado, dá jeito para reivindicar autonomia, e por outro, alivia o rancor das muitas feridas abertas.

Parece-me óbvio que ficaríamos todos mais pobres se a cultura basca caminhasse para o abismo mas admitamos de bom grado que resolver esta situação não é fácil nem para os Bascos nem para Madrid. Fica a esperança de que haja muita gente em Espanha a ver este documentário, que para além do mais é visualmente notável. E que o objectivo dos seus autores seja cumprido. Já não era nada mau.


andré

sábado, maio 24, 2008

O tempo das cerejas




Não é o tempo ficcional do filme de Kiorastami, mas o tempo real das cerejas reais que sujam a boca e sabem a promessa de Verão, apesar desta chuva e trovoada, que parece que nos vão acompanhar ainda algum tempo. Na Quinta de Bonjóia,  este fim-de-semana. 

Sónia

sexta-feira, maio 23, 2008

A ver no fim de semana



"Bande à part", de Jean Luc Godard (1964) - graças às (re)edições do Público e à evva....

(música de Nouvelle Vague)

Sónia

quinta-feira, maio 22, 2008

Emily Haines & The Soft Skeleton

Para quem gosta de Cat Power... "Our Hell"




Realizador: Jaron Albertin

First went wrong is hard to find
We're paralyzed, we apologize
Our hell is a good life
Last went wrong, where's my prize under the lights
Can we call it in?
We'll be on the road
Can we stop?
When we stop my back will turn your face toward the fence
What I thought it was it isn't now
All this weight, is honest worse
We're moderate, we modernize
till our hell is a good life
All we know what to forget... how to do right
Coloring in the black hole
Can't we stop, when we stop
My hands will shake, my eyes will burn
My throat will ache, watching you turn
From me toward your friends
What I thought it was it isn't now
What I thought it was it isn't
Punishment to stall what is done
What I thought was in is missing out
What I thought it was it isn't now
There's a pattern in the system
There's a bullet in the gun
That's why I tried to save you
But it can't be done


do album "Knives don't have your back" ( 2006 - Last Gang Records )

Sónia

Cat Power

Como o concerto da próxima quarta-feira será provavelmente dominado por "covers", aqui fica mais uma. «I wanna wake up in the city that never sleeps», num programa da televisão francesa.

evva

quarta-feira, maio 21, 2008

Contagem decrescente III

já agora…



Love me, love me
Say you do

Let me fly away
With you

We're creatures of the wind
Wild is the wind

Give me more than one grasp
To satisfy this hungryness
We're creatures of the wind
Wild is the wind

You touch me
I hear the sound of mandolines
You kiss me
With your kiss my life begins

Like a leaf clings to a tree
Baby please cling to me
We're creatures of the wind
Wild is the wind

You touch me
I hear the sound of mandolins
And you kiss me
With your kiss my life begins

Love me, love me
Say you do

Let me fly away
With you



No álbum 'Covers Record', a partir de um original de Nina Simone

andré

Contagem decrescente II



Once I wanted to be the greatest
No wind of waterfall could stall me
And then came the rush of the flood
Stars of night turned deep to dust

Melt me down
Into big black armour
Leave no trace of grace
Just in your honour

Lower me down
To culprit south
Make 'em wash a space in town
For the lead
And the dregs of my bed
I've been sleepin'
Lower me down
Pin me in
Secure the grounds
For the later parade

Once I wanted to be the greatest
Two fists of solid rock
With brains that could explain
Any feeling

Lower me down
Pin me in
Secure the grounds
For the lead
And the dregs of my bed
I've been sleepin'
For the later parade

Once I wanted to be the greatest
No wind of waterfall could stall me
And then came the rush of the flood
Stars of night turned deep to dust


evva

terça-feira, maio 20, 2008

Contagem decrescente






There’s a dream that I see, I pray it can be
Look cross the land, shake this land
A wish or a command
I Dream that I see, don’t kill it, it’s free
You’re just a man, you get what you can

We all do what we can
So we can do just one more thing
We can all be free
Maybe not in words
Maybe not with a look
But with your mind

Listen to me, don’t walk that street
There’s always an end to it
Come and be free, you know who I am
We’re just living people

We won’t have a thing
So we’ve got nothing to lose
We can all be free
Maybe not with words
Maybe not with a look
But with your mind

You’ve got to choose a wish or command
At the turn of the tide, is withering thee
Remember one thing, the dream you can see
Pray to be, shake this land
We all do what we can
So we can do just one more thing
We won’t have a thing
So we’ve got nothing to lose
We can all be free

Maybe not with words
Maybe not with a look
But with your mind
But with your mind

Cat Power aka Charlyn "Chan" Marshall
28 de Maio de 2008, no Coliseu do Porto

evva

segunda-feira, maio 19, 2008

Monday evening

Como é hábito, a partir das 22h40 não estou para NINGUÉM.







evva

pssssst

O fim-de-semana já acabou...


Sónia 

:-(  :-(  :-(

sexta-feira, maio 16, 2008

Fim-de-semanaaaaaaaa!!!!!!!

The Wombats, "Let´s dance to Joy Division"
de "A Guide to Love, Loss & Desperation" (14th Floor- Naïve, 2007)


I'm back in Liverpool,
And everything seems the same,
But I worked something out last night,
That changed this little boys brain,
A small piece of advice,
That took twenty-two years in the make,
And I will break it for you now,
Please learn from my mistakes,
Please learn from my mistakes.

Let's dance to joy division,
And celebrate the irony,
Everything is going wrong,
But we're so happy,
Let's dance to joy division,
And raise our glass to the ceiling,
'Cos this could all go so wrong,
But we're just so happy,
Yeah we're so happy.

So if your ever feeling down,
Grab your purse and take a taxi,
To the darker side of town,
That's where we'll be,
And we will wait for you and lead you through the dancefloor,
Up to the D.J booth,
You know what to ask for,
You know what to ask for.

Go ask for Joy Division,
And celebrate the irony,
Everything is going wrong,
But we're so happy,
Let's dance to joy division,
And raise our glass to the ceiling,
'Cos this could all go so wrong,
But we're just so happy,
So happy.

So let the love tear us apart,
I've found the cure for a broken heart,
Let it tear us apart,
let the love tear us apart,
I've found the cure for a broken heart,
Let it tear us apart,
(Let it tear us apart)
So let the love tear us apart,
I've found the cure for a broken heart,
Let it tear us apart,
(Let it tear us apart)
So let the love tear us apart,
I've found the cure for a broken heart,
Let it tear us apart,
Let it tear us apart,
Let it tear us apart.

Let's dance to joy division,
And celebrate the irony,
Everything is going wrong,
But were so happy,
Let's dance to joy division,
And raise our glass to the ceiling,
'Cos this could all go so wrong,
But we're just so happy,
Yeah we're so happy,
So happy,
Yeah we're so happy,
So happy,
Yeah we're so happy



BOM FIM-DE-SEMANA!

Sónia

quarta-feira, maio 14, 2008

Sala de espera

Aguarda-se impacientemente pelos resultados das eleições para os corpos gerentes do Sindicato dos Professores do Norte.


Sónia

A pedido de várias famílias

Solicita-se às almas em diáspora - que reúnam condições para tal - um testemunho directo do recente festival de poesia em Zagreb.

Sónia

terça-feira, maio 13, 2008

aeroporto de munique




andré



Sentir de novo
Aquela dor
A pouco a pouco respirar
Aquele amor que foi
Vivido e esquecido
Em segredo
Como ninguém

Perdoar
Como perdoar
Há tanto tempo que eu queria mudar
Queria voltar
Acordar
Deixar o dia passar devagar
Assim ficar

Sentir de novo
Aquele amor
A pouco a pouco consolar
Aquela dor que foi sentida e sofrida
Em silêncio

Chegar de novo
Sentir o amor
Voltar a casa sem pensar
Deixar a luz entrar
Esquecer aquela mágoa
Sem ter medo
Como ninguém

Encontrar
Poder encontrar
Todas as coisas que eu não soube dar
Saber amar
Perdoar
Saber perdoar
Há tanto tempo que eu queria mudar
Queria voltar
Aceitar
Deixar que o tempo te faça voltar
Saber esperar

Rodrigo Leão, A casa, com a voz de Adriana Calcanhoto,
do álbum Alma Mater

andré

sábado, maio 10, 2008

Shangri La


O último trabalho dos Wraygunn remete para um dos filmes que gosto de recordar: "Lost Horizon" de Frank Capra (1937), baseado no romance homónimo de James Hilton (1933) e mais tarde recuperado pelo cinema neste musical de Charles Jarrot (1973) para o qual compuseram Burt Bacharach  e Hal David.

"Shangri La welcomes you"

Sónia

Wraygunn na Queima das Fitas

Foi talvez o melhor concerto desta Queima - há quem diga que o único...
Pela minha parte, continuo a precisar nestas datas, de isolar o que me agrada (a música, a festa, a descompressão, o alcool, o encontro...)  de tudo o resto que é a Queima e a Tradição Académica em si. Continuo a incompatibilizar-me com as suas contradições e a não entender e não gostar que os que não estudam celebrem nesta altura o facto de serem "estudantes" e que esses, para se disfarçarem de tal, recorram a um traje que, se em tempos resolvia e escondia a falta de dinheiro para comprar roupa, agora denuncia precisamente que se tem dinheiro, porque é roupa de que ninguém precisa; continuo a não entender e a não aceitar que quem, em princípio,  mais sabe - porque supostamente estuda - revele a ignorância e o primarismo de se apoiar num traje, na antiguidade acumulada nas matrículas (por vezes contraditariomennte excessivas) e nos galões que o mesmo à custa delas ostenta, para se situar perante os outros numa posição de poder dentro do grupo. Triste!

Felizmente sempre teremos ... Shangri La!

Sónia

quinta-feira, maio 08, 2008

Temporada de patos

"Muitas vezes os patos...

...sentem uma grande necessidade de emigrar

isso não significa que um pato
que emigre seja um pato mau,

mostra apenas que é a sua natureza
que o faz emigrar

procuram águas novas
ou climas mais quentes.

Sei lá, são patos..."

Um filme de Fernando Eimbcke (México, 2004) a rever muitas vezes; amanhã, por exemplo... numa aula de Formação Cívica. 



Sónia


quarta-feira, maio 07, 2008

terça-feira, maio 06, 2008

Pregão

Por ordem de ninguém (que aqui o povo diz o que quer), se informa a comunidade de leitores deste blog (não confundir com "comuna") de que a Valentim de Carvalho acaba de reeditar em vinil o primeiro album dos Telectu: "CTU"! 

A não perder!

Sónia




andré

domingo, maio 04, 2008

Billy Bragg

Um cheirinho do último trabalho: 
"Mr Love and Justice" de 04/03/2008.

 


Sónia

sábado, maio 03, 2008

Ainda o 1º de Maio

O 1º de Maio em Berlim é um acontecimento. Três semanas antes, começam a aparecer cartazes pela cidade a indicar o lugar e a hora da manifestação(ões) convocada(s) por um sem-número de partidos, ONG, movimentos, associações o que lhe queiram chamar. Este foi o meu segundo 1º de Maio fora do país (o primeiro passei-o em Roma) e não fiquei desapontada. Imaginem uma espécie de Festa do Avante misturada com o São João adicionem diversidade (de sexo, de estilo, de culturas) e terão mais ou menos uma ideia do ambiente vivido pelas ruas de Kreuzberg na última quinta-feira. Comida e cerveja abundantes, a cada 100 metros uma banda ou um conjnto de pessoas a tocar instrumentos. Havia de tudo: Punk, Reggae, Percussão, Rock, Ska, Música tradicional turca, soul, Samba. Para finalizar, num camião a servir de palco, a Banda Bassotti. E pela segunda vez, o meu primeiro de Maio foi dançado ao som da "Bella Ciao". A seguir, os discursos. E a prova que organização alemã não tira férias: os discursantes avisam que existe um número de telefone para onde se pode ligar caso se seja preso pela polícia (o que pelos vistos acontece frequentemente neste dia) e que a organização da festa providencia acompanhamento jurídico gratuito a quem dele necessitar. Esta informação, dada em alemão é depois repetida em inglês. E em francês. E em espanhol. Depois a manifestação propriamente dita. Ficou um pouco aquém das minhas expectativas. Já vi gritar mais e melhor em Portugal. Quem sabe o ambiente morno se ficou a dever à muita cerveja já ingerida ou ao facto de, muitos dos habitués terem ido para Hamburgo, contra-manifestarem-se contra a manifestação de Neo-nazis convocada para essa cidade. Seja como for, espero repetir. E talvez me atreva a não arredar pé e a ficar para ver como se desenrola a noite.









Joana

quinta-feira, maio 01, 2008

Bom 1º de Maio


("Solidarity Forever" interpretado por Pete Seeger and The Weavers)

Sónia