20 anos depois
Já passaram 20 anos desde que As montanhas ou esta Cidade nos encantaram. Eram Os Dias da Madredeus, uma experiência de 5 músicos, uns conhecidos outros nem por isso, que depois evoluiu para o mais popular fenómeno musical da música portuguesa contemporânea.
Acusados pelos mais conservadores de serem um meio termo (um rosé), os Madredeus foram para além do Fado com um som nostálgico e melancólico mas nem tão triste nem tão trágico. O ensemble que daí nasceu, e que entretanto se perdeu, trouxe-nos o Pastor, o Mar, as Ilhas dos Açores, o Pomar das Laranjeiras, a Cantiga do Campo, a Vaca do Fogo, e muitas outras coisas que deliciaram muita gente e deram origem uma enorme legião de fãs.
Depois do Espírito da Paz, não sei se foi o sucesso, a fixação na voz (que nunca foi o essencial) ou se foi outra coisa qualquer, que condenou o grupo à redundância e indulgência. Tornaram-se o clube dos adoradores da menina, agora senhora, e que entretanto mudou de voz, mais afinada, mais aguda, mais límpida, mais esterilizada.
Foi-se o acordeão e o violoncelo, perdeu-se a emoção e a intensidade.
Não era fado, e ainda bem. Mas o destino foi trágico. E triste.
andré
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