Os Bons Anos
«Em um Mundo tão avarento de bens, onde apenas se encontra com um bom-dia, ter obrigação de dar bons-anos, dificultoso empenho! Deus, que é autor de todos os bens, os dê a Vossas Reais Majestades felicíssimos (mui altos e mui poderosos Reis e Senhores nossos) com a vida, com a prosperidade, com a conservação e aumento de estados que as esperanças do Mundo publicam, que o bem da Fé Católica deseja, que a Monarquia de Portugal há mister e que eu hoje quisera prometer e ainda assegurar. Em um Mundo, digo, tão avarento de bens, onde apenas se encontra com um bom-dia, ter obrigação de dar bons-anos, dificultoso empenho! E na minha opinião cresce ainda mais esta dificuldade, porque isto de dar bons-anos, entendo-o de diferente maneira do que comummente se pratica no Mundo. Os bons-anos não os dá quem os deseja, senão quem os assegura.»
Padre António Vieira, Sermão dos Bons Anos (1642)
[evva]
2 comentários:
Muito bem visto!Na mouche!
Cada vez gosto mais do Padre António Vieira.
Bom Ano, evva!Apesar de tudo, há a nossa vontade de nos darmos a nós próprios um bom ano!Saúde!
No seguimento deste raciocínio, a mensagem de Ano Novo do nosso Primeiro Ministro e do nosso Presidente terá perdido o sentido?
Um bom ano! Façamos por isso!!!!
Sónia
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