quinta-feira, agosto 30, 2007

The Notwist II

http://www.youtube.com/watch?v=MpWRLnpmLgk
(Para ver o videoclip, clique no link. A função embeded do Youtube não está disponível)

One step inside doesn't mean you'll understand
Álbum Neon Golden, 2002
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Prepare your shoes not to come back soon
Prepare your heart not to stop too soon
You cannot walk with us

One step inside doesn't mean you'll understand
One step inside doesn't mean I'm yours

In your world my feet are out of step
And my arms won't move, my hands won't grab
I will never read your stupid map
So don't call me incomplete
You're the freak


andré

The Notwist



Pilot
Álbum Neon Golden, 2002
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He's living next to rails.
He can tell you things of different cars and trains.
Now he's trying the whole day to switch off time
by causing train-delay.

Could be enough if only he's the pilot once a day.

Not a word to compensate.
Not a sentence to describe this desperate state.
Not a Picture to compare.
We step into a room of opaque air.

Could be enough if only we are pilots once a day.



andré

quarta-feira, agosto 29, 2007

segunda-feira, agosto 27, 2007

Airport fan


Pormenor do aeroporto de Manchester

andré

sexta-feira, agosto 17, 2007

SER PORTUGUÊS II


evva

P. S.: Regresso na próxima semana. Até lá, bons mergulhos!

quarta-feira, agosto 15, 2007

Liberdades formais, justiça social, Hugo Chávez e Putin

Alguns comentários, que reputo de algum interesse para o esclarecimento dos leitores, sobre um Editorial do PÚBLICO
Dedicou-me o director do PÚBLICO o seu editorial intitulado "Os deveres que a história impõe a Mário Soares". Permita-me que faça alguns comentários, que reputo de algum interesse, para esclarecimento dos leitores.
Em primeiro lugar, o título. Não me considero com nenhuns deveres para com a História, sobretudo com H grande. A história deixemo-la aos historiadores. Tenho deveres para com a minha consciência, isso sim, sempre tive, desde que comecei a fazer política, como diz, "há mais de 65 anos". Deveres para com a minha consciência e para com a minha Pátria, que para mim nunca foi uma flor de retórica, mas antes um imperativo moral que me conduziu à política. Sempre considerei a política como uma actividade nobre, talvez a mais nobre de todas, desde que exercida desinteressadamente, ao serviço da comunidade e das ideias que julgo melhores para Portugal.
Para além de sempre ter lutado pela liberdade, como reconhece - 32 anos antes e 33 depois do 25 de Abril, naturalmente em condições muito diferentes -, lutei contra a ditadura fascizante que nos oprimiu, contra o colonialismo, que nos custou, sobretudo após 1961, tantas humilhações e tantas vidas, tão inúteis, lutei e luto pela paz, pelo bom entendimento entre os Estados e as pessoas, sem discriminações, pela Europa, como uma entidade supranacional, e, no plano cultural, contra o obscurantismo, o dogmatismo, o espírito inquisitorial e contra todas as formas de intolerância.
Além de lutar pela liberdade, também sempre lutei em favor da justiça social e contra as profundas desigualdades que afligem, cada vez mais, as nossas sociedades ocidentais, para não falar das outras. Por isso sou socialista, não totalitário, partidário de um sindicalismo livre e do mercado, mas também de um Estado interventivo e justo que impeça e corrija, tanto quanto possível, as grandes desigualdades que o mercado, entregue a si próprio, sempre gera. Foi a isso que chamei, no Verão quente de 1975, socialismo em liberdade, para o diferenciar doutros modelos então em moda. Deve lembrar-se.

Sou liberal, no sentido político do termo, mas não no sentido económico. Nesse plano, sou profundamente crítico do chamado neoliberalismo e da globalização neoliberal que estão a arrastar o Ocidente e o mundo para um desastre fatal, que tenho esperança possa ser invertido, in extremis, a curto prazo. Sou crítico também da chamada democracia liberal, expressão nada inocente, que se tornou muito vulgar após o colapso do comunismo, para a impor como modelo urbi et orbi e a contrapor à democracia social, que deu os "trinta gloriosos anos" de progresso à Europa escandinava e ocidental (CEE).
É esta a minha posição, coerente comigo próprio, que, julgo, tanto lhe desagrada, e o leva, creio, a não querer compreender algumas minhas respostas ao Diário Económico, aliás no seguimento de outras que dei antes e dos artigos que regularmente escrevo, na imprensa portuguesa e estrangeira.
Quanto aos "tiques autoritários" do actual Governo. Lamento decepcioná-lo, mas não são mais do que isso, pequenos tiques. Querer empolá-los, comparando-os às arbitrariedades dos anos sem luz do fascismo, não só representa um inaceitável exagero como um dislate que compromete, por desafiar o senso comum.

Quanto ao problema das liberdades formais a que - diz - não atribuo importância, também está enganado. Salvo erro, fui dos primeiros a levantar essa questão, entre nós, nos anos
de brasa de 1974-75. Disse e escrevi então que as liberdades ditas formais, como a gíria marxista as classificava para lhes tirar importância, são essenciais. Porque sem respeitar as liberdades formais, as substanciais, que têm a ver com o bem-estar das pessoas, perdem muita eficácia e valor, como se viu.
Encerrar uma televisão para calar uma voz incómoda é intolerável. Estou de acordo consigo. Mas não foi esse o caso. Chávez limitou-se a não renovar uma concessão estatal, quando terminou a respectiva concessão, por fazer incitações à violência. O que é muito diferente. Sobretudo quando o Estado em questão foi já vítima de uma tentativa (frustrada) de golpe de Estado violento e o respectivo Presidente eleito, democraticamente, foi sujeito a uma tentativa (também frustrada) de assassinato.
Creia que para mim todos os ditadores são maus. Não gosto de ditadores. Mas não há uns bons e outros maus, consoante estão a nosso favor ou contra, no plano geoestratégico.
Quando tive responsabilidades políticas falei, obviamente, com muitos ditadores, que remédio. Numa escala de zero a vinte, acho que os encontrei de todas as naturezas. Dos chefes de Estado do Brasil, no tempo dos generais, a Mobutu ou a Kadhafi (hoje completamente branqueado), de Ceausescu a Tito ou Gromiko. Um homem político não pode ser nem vestal nem moralista. E falar - como é óbvio - não é mal que se pegue... Nem sequer com terroristas, se necessário. Veja como o seu admirado Bush tem falado, por interposta Condoleezza Rice, com todos quantos lhe parecem necessários, pertençam ou não ao "eixo do mal". No Iraque, no Afeganistão, no Paquistão, na Coreia do Norte, no Irão...

Ocaso de Putin - e da Rússia - é mais sério e grave, porque, muito provavelmente, a Rússia vai alinhar - e oxalá o faça - numa parceria estratégica com a União Europeia. A Rússia foi humilhada e menosprezada, após o colapso do comunismo. Não deveria ter sido. Com Putin, quer se goste ou não, voltou a ser uma grande potência mundial, com a qual não se deve brincar aos mísseis. A menos que sejamos tão insensatos que queiramos atirar a Rússia, contra os nossos interesses, para o triângulo estratégico que pode vir a desenhar-se na Ásia: China, Índia, Rússia. Já pensou nessa eventualidade?
Finalmente não será inútil concluir com Bush, o flagelo maior deste nosso conturbado início de século. Acusa-me de ser antiamericano com a mesma sem razão com que outros (talvez mesmo o Senhor Director, não me lembro bem), no Verão quente de 1975, me acusavam - crime nefando! - de ser pró-americano.
Não. Não sou antiamericano. Não sou, de resto, contra nenhum povo. Sou contra as políticas de certos dirigentes, quando as considero nefastas e perigosas. Foi o caso de George W. Bush, cuja política denunciei - lembra-se disso - antes de ter invadido o Iraque. Medite agora nas consequências desse crime fatal. Pois bem, hoje cerca de 80 por cento dos americanos são críticos severíssimos de Bush e lutam desesperadamente por encontrar uma saída para o terrível imbróglio criado por ele. Não só para os EUA mas para todo o Ocidente, com destaque para o impasse em que tem permanecido a União Europeia, devido à subserviência e falta de coragem de bastantes dos seus dirigentes.

Permita-me que termine revelando-lhe o meu actual estado de alma. Estou muito pessimista quanto ao futuro próximo do mundo. Tudo vai mal. No plano político, desde logo, como hoje é evidente. Mas também no plano financeiro, onde os sinais de uma crise séria generalizada começam a multiplicar-se e a tornar-se muito preocupantes. Para não falar nas questões ambientais e na crise de valores que afecta, como nunca, o Ocidente.
Sabe donde julgo pode vir alguma razão de esperança? Vou surpreendê-lo. Precisamente da América do Norte, terminada a era Bush. Tudo vai ter de mudar, radicalmente, na substância e na forma. Seja qual for o novo presidente. E, com um pouco de sorte, poderá vir alguém capaz de redescobrir o velho pioneirismo e idealismo americano, na linha de um Wilson, de um Roosevelt, mesmo de um Eisenhower (quando teve a coragem de negociar a ameaça do complexo político-militar) ou de um Kennedy, da "nova fronteira". Alguém capaz de redescobrir, pela força das circunstâncias, o way of life americano, os velhos valores da solidariedade, da paz e da utopia, para represtigiar a América no mundo, ajudar a União Europeia a sair do impasse, dar força e sentido às Nações Unidas, lutar a sério, e sem retórica vã, contra a miséria e as pandemias que alastram no mundo, em favor de um ambiente são, dos direitos humanos, da liberdade e da justiça social.
Aceite, senhor director, os cumprimentos deste "ancião", que tende a ser visto como "a voz avisada, cheia de energia e experiência", para usar as suas próprias palavras.

Mário Soares, Ex-Presidente da República
in Público, 15 de Agosto de 2007


andré

terça-feira, agosto 14, 2007

Ser português… I

A propósito de uma interessante discussão a decorrer num blog aqui da vizinhança, apeteceu-me começar a escrever sobre algumas das características que nos distinguem, que nos tornam únicos, que fazem de nós Portugueses.
Porquê? Porque sim.

Se há característica que quase todos nós (portugueses) partilhamos é a dificuldade em sermos críticos. Confundimos com muita frequência crítica com opinião ou com avaliação negativa.
Adoramos dar opiniões, ou melhor, nós adoramos fazer com que os outros nos ouçam. Por isso interrompemos muitas vezes o discurso de quem fala, ou elevamos a nossa vós em relação à dos outros. Devido à ausência histórica de espaços públicos de discussão, a emissão de opiniões é uma urgência diária para cada português. Aliás, a minha ansiedade em escrever este post é reveladora disso mesmo.

A crítica é um acto de grande responsabilidade que exige estudo e reflexão sobre aquilo que se quer ou se acha relevante dizer. Ora o nosso discurso é muito mais marcado pela inspiração do que pela reflexão. E a maioria de nós não lê ou reflecte com profundidade de modo a formar uma opinião ou elaborar uma crítica. Fala com alguém cuja opinião respeita, e a partir daí, replica-a, quase sempre de forma indiscriminada.

A falta de preocupação com a consistência é particularmente evidente no Desporto, onde todos/as somos especialistas. Mas também o é na arte, na política, ou em qualquer outra área onde a subjectividade é maior.
Para os portugueses quase tudo é relativo, e como tal, é muito difícil de se provar ou demonstrar seja o que for. O Iluminismo não chegou ás nossas cabeças. Chegou sim às prateleiras, onde foi devorado e repetido, tal qual a retórica religiosa, que se ouvia e não se podia questionar.
Aqui reside a causa de uma das nossas instituições mais acarinhadas, o estatuto, que no nosso caso está relacionado com a posição social de quem opina ou critica, e não com o seu saber ou com a relevância da sua contribuição para o bem comum (o conceito de bem comum é quase desconhecido e como tal muito pouco respeitado).

Como quase ninguém sabe profundamente do que fala, para ser ter discípulos em Portugal não interessa ser consistente ou coerente. Tem é que se ser convincente e carismático. Não interessa tanto se aquilo que diz é correcto ou incorrecto, interessa é que soe bem, que seduza a audiência. Não é por acaso que na nossa história não há muitos filósofos ou cientistas. Temos sim muitos líderes, quase todos popularizados mais pela sua autoridade e menos pelas suas ideias.
E temos muitos poetas. Muitos. E ainda bem.

Não se pense que os nossos intelectuais são imunes a este fenómeno. Bem pelo contrário, são o seu espelho mais perverso. Como emitir opiniões sustentadas ou fazer críticas justas é pouco valorizado, alguns elementos desta classe de cidadãos dedicam-se geralmente ao exercício de opressão através da inteligência, isto é, em vez de tentarem partilhar o seu conhecimento, usam-no para evidenciar a ignorância dos outros, e para exibir a sua pretensa superioridade intelectual.
Uma vez que o conteúdo da crítica ou da opinião é quase sempre menos importante do que o estatuto a emite, a muitos dos intelectuais cristaliza ao fim de pouco tempo, o que só pode acontecer devido à falta de pessoas que os confrontem, ou seja, porque as coisas mudam pouco ou mudam muito devagar.

Eu acredito que as circunstâncias da nossa história favoreceram este estado de coisas. O nosso isolamento geográfico e a reduzida interacção (seja por invasões ou disputa do território) da maioria da população com outros povos e outras culturas (os árabes são anteriores à formação do pais, e os espanhóis são muito parecidos connosco), favoreceu todos aqueles que quiseram manter tudo na mesma e todos aqueles que não quiseram mudar.
Os descobrimentos, que podiam ter servido para abrir muitas cabeças, evidenciaram-se mais por aquilo que fizemos aos outros e não tanto pela influência que outros tiveram em nós. O país ficou igual apesar de África, da Índia, ou do Brasil.

Não creio haver mal algum em se ser displicente, incoerente, ou impulsivo nas opiniões que se emite ou nas críticas que se faz. Mas, como é óbvio, há que reconhecer que isso não torna ninguém mais inteligente ou conhecedor, bem pelo contrário.
Apesar de tudo, fascina-me a nossa liberdade face à razão. A forma consistente e constante como exercitamos a nossa incoerência. É assim, ponto final. E não há mais discussão.
É útil na poesia, ou no fado, onde os sentimentos e as emoções não necessitam justificação nem explicação. São só e tudo aquilo que interessa.
É um tema interminável para o humor, como o Herman José o demonstrou ao longo dos anos 80, e tal como o Gato Fedorento não se cansa de evidenciar na actualidade.
E é também um óptimo exercício, sobretudo para fugir a tentativas de normalizar e industrializar a forma como pensamos.
Mas nós estamo-nos a marimbar para a utilidade de tudo isto. Só queremos é fazer aquilo que nos dá na cabeça.


andré

sexta-feira, agosto 10, 2007

Saudades




if i told you things i did before
told you how i used to be
would you go along with someone like me
if you knew my story word for word
handled all of my history
would you go along with someone like me

i did before and had my share
it didn't lead nowhere
i would go along with someone like you
it doesn't matter what you did
who you were hanging with
we could stick around and see this night through

and we don't care about the young folks
talkin' bout the young style
and we don't care about the old folks
talkin' 'bout the old style too
and we don't care about our own folks
talkin' 'bout our own stuff
all we care about is talking
talking only me and you

usually when things has gone this far
people tend to disappear
no one would surprise me unless you do

i can tell there's something goin' on
hours seem to disappear
everyone is leaving i'm still with you

it doesn't matter what we do
where we are going to
we can stick around and see this night through

and we don't care about the young folks
talkin' bout the young style
and we don't care about the old folks
talkin' 'bout the old style too
and we don't care about our own folks
talkin' 'bout our own stuff
all we care about is talking
talking only me and you

and we don't care about the young folks
talkin' bout the young style
and we don't care about the old folks
talkin' 'bout the old style too
and we don't care about our own folks
talkin' 'bout our own stuff
all we care about is talking
talking only me and you
(repeat)
talking only me and you

talking only me and you
talking only me and you


Young folks
Peter, Bjorn and John
Álbum Writer's Block


andré

sábado, agosto 04, 2007