terça-feira, setembro 19, 2006

MEC e Israel


"A minha posição é muito simples: apoio Israel, aja mal ou aja bem e haja lá o que houver. Suponho que isto faça de mim, segundo a óptica da época, um fundamentalista, tão mau como os terroristas: não me importo. Cada um é livre de pensar o que quer. E é aqui que começa (e não acaba) o problema.
Se eu quiser interrogar a minha simplicidade, basta-me ler a imprensa israelita. Aí são expostas e ardentemente defendidas todas as posições possíveis. Se quiser ultrapassar à esquerda ou à fanática os mais ferozes anti-sionistas europeus e americanos (os portugueses, felizmente, são sempre desinteressantes) lá estão todos os extremismosque eu possa pretender.
Os israelitas têm, em comparação com aqueles com que guerreiam, algumas grandes vantagens. Não querem a destruição completa do povo a que pertence o exército adversário. Gostam da liberdade de expressão; da democracia liberal; dos direitos humanos. Pensam no que fazem; têm problemas de consciência; dúvidas que exprimem publicamente e debatem sem pudor. Votam e deixam votar. Enfim, Israel é como Portugal, como a Europa, como os Estados Unidos, como o Japão, como a Austrália e todos os países onde o indivíduo é livre de discordar, rebelar-se e ser do contra. Ou, no meu caso, de não se rebelar - nem sequer contra os que se rebelam.
Para mim, os adversários de Israel são os nossos. Por definição. São os que querem destruir um Estado e um povo democráticos. Mais: Israel somos nós. Não nos faz lembrar nada aquele país diminuto rodeado por inimigos, com um único aliado poderoso? Faz lembrar Portugal há muitos séculos atrás, quando a ideia de Portugal ainda não era aceite. Os israelitas têm os americanos como nós tínhamos os ingleses. E os restantes europeus, como sempre, vacilam em volta, confundindo a própria confusão.
Não é em Israel nem aqui que existe unanimidade ou se procura alcançá-la. Essa é a razão do meu apoio: poder concordar. Também é uma liberdade. É onde há unanimidade - e onde se procura impô-la - que está o que se deve temer e contrariar.
"

Miguel Esteves Cardoso, Nós também somos Israel, na Única do "Expresso" (no Blog da Atlântico).

Escusado será dizer que assino por baixo.

evva

1 comentário:

Anónimo disse...

ola minha querida, so quero saber como tens andado. sei que te prometi gravar musica para acelerar, mas o gravador do pc esta estragado. como foi a entrada da rita na escola ? por aqui tudo bem, alias desde que cheghei das ferias posso comprovar que o clima esta a mudar: tem estado um tempo maravilhoso, com temperaturas entre os 16 e 22. Not bad, para o meu canto do mundo...
estou a escrever-te a ouvir a antena 1, o ceu esta cor de inverno no porto, era um pouco de granito na paisagem e estava em casa.
ouve la quem gosta destes grupos de canto vocal portugueses? que coisa insuportavel. la devem gostar dos malabarismos que fazem com a voz e nos que os aturemos na radio...(chamam-se canto nono)
nao podia terminar sem rezingar um pouquinho, ja me conheces!
ve se apanhas o filme"les indigenes", vou ve-lo em estrasburgo, deve ser muito bom.
beijos evva, penso em ti