sexta-feira, janeiro 27, 2006

Novas do meu país

Com a serra da Lousã ao longe e com a certeza do Mondego já ali ao lado,o convite à dispersão é grande. Nos momentos raros em que o sorriso do meu filho Rafael não me absorve por completo, apetece divagar.
Tive há tempos o dissabor de ver Aníbal Cavaco Silva ser eleito presidente.Mas o dissabor maior foi ver as atitudes estapafúrdias da esquerda que caiu no rídiculo da falsa modéstia e até na falta de educação.
Fiquei triste ao ver Mário Soares a deixar-se decair entre afirmações vazias e criticazinhas sem interesse...
Mas houve algo que me alegrou: a certeza de que a esquerda plural em que acredito, existe! A candidatura de Alegre prova-o. E mostra também que há pessoas integras e com coragem para defender aquilo em que acreditam. Mesmo que ninguém pareça acreditar nelas. Pena é que haja tão poucos "Manueis" no nosso país. Mas que os vá havendo. Já é uma esperança que nos faz esquecer outras alarvidades como a demolição da casa de Garrett. Infelizmente o nosso Portugal continua coerente com aquele que ele tão brilhantemente pintou nas Viagens: pequeno.Só os edificios em bloco continuam a crescer e quase a tapar a beleza das margens do Mondego...
Isabel Sofia
Coimbra

2 comentários:

Esplendor disse...

Bem-vinda!
Manuel Alegre foi uma lufada de ar fresco (para alguns) à esquerda que bem depressa se infestou. À medida que a campanha decorria, cedo se percebeu a vacuidade do seu discurso. Daquele milhão de votos que obteve, em que muitos prospectivam por aí a alvorada de um qualquer movimento cívico 'pela república' (ou 'pela pátria', o que quer que isso signifique na verve alegriana), uma boa parte foi um voto anti-Soares, ou anti-Sócrates, e conheço até muito boa gente de direita (e até monárquica) que colocou a sua cruz à frente do nosso Manuel 'Vento que Passa'. Para mim, Manuel Alegre é um equívoco. Ainda bem que não conseguiu ir à segunda volta, provavelmente venceria-a. O problema é que também não tenho a certeza se estaremos bem servidos com o candidato vencedor, mas pelo menos era o menos mau de todos os que se candidataram.

evva

Esplendor disse...

No comentário anterior, substitua-se, por favor, 'venceria-a' por 'vencê-la-ia'.

evva