sexta-feira, fevereiro 23, 2007

O dia em que o Zeca morreu

No dia em que o Zeca morreu o meu pai passou o tempo todo a chorar aos bocadinhos e a ouvir as canções de sempre na sala de estar. Aquilo era mais do que música para ele, era o sentido de um tempo, uma forma e uma atitude perante a vida. Não foi, nem nunca será, o meu tempo, mas era bonito, muito bonito.

Esta foto explica talvez o porquê de tanta gente ainda hoje "não ir à bola com o Zeca" (ver o P2 de hoje). A sua música, como a do Zé Mário Branco, ou a de outros que seguiram caminhos diferentes, estava intimamente ligada (no caso do segundo ainda continua) a uma ideia muito clara sobre o mundo, tal como estava a do Léo Ferré ou a Bossa Nova. A mim ensinaram-me a não apreciar as pessoas apenas por aquilo que pensam. Admiro tanto o Álvaro Cunhal como Adriano Moreira, embora por razões diferentes.

Espero sinceramente que um dia Portugal faça as pazes com o Zeca. Ele merece.


andré

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