Era uma vez uma idade.
Sentada à porta de casa, apascentava os seus mortos.
Quando eles se aproximavam demasiado, separava-os com uma varinha.
"Sim, porque o peso dos mortos para onde vai?" — perguntava a idade. E nesses momentos envelhecia.
Recolhia a casa e os mortos deitavam-se debaixo das árvores.
Quando os ramos extremeciam, os mortos perguntavam: a idade, para onde irá?
E erguiam-se de sob as árvores.
Tisana n.º 75
Ana Hartherley, no Pessoal e Transmissível de 28 de Março.
andré
Tolerância zero nas estradas
Há 1 hora
1 comentário:
Gostei muito, mas uma tisana nocturna, não deveria ser tão inquietante...
Sónia
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