quinta-feira, novembro 02, 2006

Para além da curva da estrada


A minha avó materna partiu na sexta-feira passada, no primeiro dia de um Verão luminoso e anacrónico que sucedeu a dias e dias de chuva diluviana. Apesar da manhã ter surgido hoje submersa em neblina, a recordar o mês em que estamos, continuo à procura da curva da estrada que traga o Outono de volta e finalmente me reconcilie com a realidade.

A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir com eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

FERNANDO PESSOA (22.5.1932), Cancioneiro

Elsa

1 comentário:

menina-m disse...

já tenho saudades tuas.

beijinhos