Para além da curva da estrada
A minha avó materna partiu na sexta-feira passada, no primeiro dia de um Verão luminoso e anacrónico que sucedeu a dias e dias de chuva diluviana. Apesar da manhã ter surgido hoje submersa em neblina, a recordar o mês em que estamos, continuo à procura da curva da estrada que traga o Outono de volta e finalmente me reconcilie com a realidade.
A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir com eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.
FERNANDO PESSOA (22.5.1932), Cancioneiro
Elsa
1 comentário:
já tenho saudades tuas.
beijinhos
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