Venha o próximo!
'When the new century came there was fantastic goodwill in the world,' Yunus recalls. 'We had a tremendous optimism, we wanted a different kind of world. For the first time in human history, all the nations got together and set a date, via the UN's Millennium Goals, to improve the world. We want to reduce the number of poor people by half by 2015, they said. And then ... and then comes Bush! Who turns the whole thing backwards. He creates distrust among people, he undermines the authority of the government, and he says, I can handle everything myself. And so today we are in mess and we don't know how we are getting out.'
Este excerto da reportagem do semanário inglês The Observer, sobre o nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, é suficiente para dar uma imagem clara sobre o impacto que George W. Bush está a ter na história deste milénio que ainda agora começou.
Na semana passada, o Público dava conta de uma sondagem promovida pelos jornais "The Guardian" (Reino Unido), "Haaretz" (Israel), "La Presse" e "Toronto Star" (Canadá), e "Reforma" (México), que reveleva que o actual presidente dos EUA era visto como uma ameaça mais séria à paz mundial do que o líder norte-coreano, Kim Jong-il, e o Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad.
Parece demasiado associar uma pessoa a um conjunto tão alargado e profundo de acontecimentos. E verdade seja dita, a administração Bush não teve propriamente muita sorte com alguns dos acontecimentos com que foi confrontada.
Mas o que a torna tão mal vista não são tanto os seus actos mas sim as ideias que estão por trás. Ideias incorporadas em pessoas como Paul Wolfowitz, um dos pais da democratização do mundo, ou o agora (finalmente) demitido Donald Rumsfeld, que acreditava que a guerra do Iraque ia durar uns meses (?!). Esta administração baseia-se, de facto, em ideias que, noutro contexto, poderiam ser consideradas muito perigosas.
A democracia actual tem dilemas sérios, como referiu John Keane no Público de domingo, e esta administração tem sido pródiga na forma como tem demonstrado isso mesmo. Mas como só os americanos podem eleger o seu presidente, vamo-nos contentando com os resultados das eleições intercalares, onde os democratas ganharam a maioria no senado e na câmara dos representantes.
Contudo, o povo diz que "gato escaldado de água fria tem medo". E eu lembro-me bem da intervenção na Somália nos anos 90, em nome da paz. Foi mais curta do que o Iraque, e as tropas americanas tiveram de bater em retirada. O presidente da altura chamava-se Bill Clinton, e era democrata.
Mas parece-me que ninguém se importa muito com quem vem a seguir. O importante é que a administração Bush saia. Depressa.
andré
PS: …ainda faltam mais dois anos. Alguém consegue arranjar um acelerador?
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