quarta-feira, janeiro 10, 2007

Aos amigos que partem


Azuis os montes que estão longe param.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego,
filho Ignorado do Caos e da Noite
Às férias em que existo.

Ricardo Reis

[evva]

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