quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Liberdade de expressão V

Para a extensão do tema que temos debatidos em posts recentes, remeto para uma citação de Jean Baodouin, no posfácio a "Televisão- um perigo para a democracia" de Karl Popper e John Condry (1993/94), sobre a qual se escreve um comentário no blog "Estado Sentido" . 

Se uma sociedade democrática tem necessidade de liberdade para neutralizar o poder devorador do Estado, também necessita da arma regulamentar para reduzir as más utilizações da liberdade. Popper sempre achou que a economia de mercado era a companheira mais ou menos insubstituível da democracia política. Porém, não aceita que ela generalize inconsideradamente as suas lógicas a todos os registos da vida social. Sobretudo quando, em nome da eficácia e da rendibilidade, submete as cadeias de televisão aos ditames cegos da concorrência, abrindo assim o caminho aos programas mais nefastos e mais deseducativos. Entre a hipótese obsoleta de um monopólio de Estado da radiotelevisão e o panorama actual da privatização e da concorrência selvagem talvez haja lugar para uma solução intermédia: a criação de uma ordem corporativa que emita licenças e possa, em qualquer momento retirá-las. Nem todo o poder ao Estado, nem todo o poder ao mercado

(Jean Baodouin)


Pelo carácter polémico destas ideias e pela relevância do tema, julgo que as mesmas são merecedoras de projecção e discussão.

Sónia



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