terça-feira, julho 18, 2006

Boa sorte Israel…

Caro/a leitor/a,

Peço-lhe o favor de me acompanhar neste raciocínio:

1. O Estado de Israel existe e assim vai continuar, por muitas e variadas razões, e não estou em crer que nenhuma força seja capaz de o destruir. Actualmente, o seu primeiro ministro está preso a uma politica que nada trará de bom para o seu país, oriunda de um homem que já nem sequer existe politicamente.
2. Os movimentos terroristas que surgiram contra Israel vão continuar a existir, por muitas e variadas razões, enquanto o mote da sua existência se mantiver e, sobretudo, enquanto a revolta das populações contra os actos de Israel lhes continuar a garantir novos militantes e recursos para combater. A vitória do Hamas e do Hezbollah em eleições democráticas aparece porque, por muito que nos choque, quando estamos entre a parede e o abismo escolhemos a segunda alternativa.
3. Os EUA vão continuar a apoiar Israel, por muitas e variadas razões, mas vão tentar acalmar o Médio Oriente por forma a não aumentar ainda mais a desgraça que criaram no Iraque onde o resultado foi o aumento do poder e influência de toda a corrente radical anti-americana (eu arrisco dizer anti-ocidental). Creio que depois de duas torres, os rapazes não aguentariam ver um avião ou um qualquer engenho explosivo deitar abaixo mais um símbolo do seu país e da sua cultura.
3. A Rússia e a China não têm muito que dizer a não ser que ninguém pode fazer mal ao Irão, pois afinal ele fornece petróleo e sabe-se lá mais o quê, recebe o dinheiro e não faz perguntas.
4. O primeiro ministro Iraniano continua a berrar mais alto do que a elite religiosa do seu país contra os Americanos e contra Israel, o que lhe dá popularidade e força política, uma vez que, para o manterem sossegado, os clérigos Iranianos alguma coisa lhe terão de dar em troca. Convenhamos, ninguém no Irão quer uma guerra contra os Americanos ou contra Israel.
5. A Europa está entalada entre o dever de solidariedade aos Americanos e Israelitas e o dever de cordialidade aos Chineses e aos Russos.
6. A ONU nada mais pode fazer, pois o Conselho de Segurança está preso perante este exercício global de Real Politik.

Num ambiente de cortar a respiração, uma solução da paz negociada podia ser aquilo que todos queriam, mas a memória recente do destino de Yitzhak Rabin elimina toda a esperança de que a paz possa surgir, quanto mais sobreviver, a partir de Israel.

A pergunta que fica é: quantos mais Líbanos terão de ser destruídos até que a paz possa regressar, nem que seja só por um bocadinho?

andré


PS: na passada sexta-feira, dia 14, no Expresso da Meia-Noite da SIC Notícias, a prof.ª Manuela Franco dizia que talvez o problema esteja na assumpção ocidental de que o conflito Israelo-Árabe se tem de resolver…
Tal como a droga, a prostituição, e outros males endémicos do nosso mundo, este parece ser um problema com o qual se tem de ir lidando. É triste não é?

Sem comentários: