Joana & Michel
foto publicada no JN de hoje)
Há meses que acompanhamos este amor lindo, que sofremos com eles a angústia da separação e da distância, que seguimos com ansiedade as notícias que se sucederam aos primeiros bombardeamentos, no dia exacto em que Michel concluía o seu Master of Philosophy na Universidade Americana de Beirute, que vivemos o desespero da Joana enquanto o Michel não conseguia fugir de Beirute, que partilhamos as lágrimas de alegria quando o soubemos são e salvo em Amã, que ouvimo-lo horrorizado relatar, quando finalmente aterrou no Porto, como um helicóptero israelita sobrevoou a sua vizinhança, na zona cristã de Beirute, e muito perto de sua casa disparou três mísseis na direcção do porto de Beirute e se retirou lentamente e foi bombardear um aquartelamento do exército libanês, «como se fosse a coisa mais natural do mundo», que escutamos com um nó na garganta o relato extraordinário da sua fuga por estradas secundárias constantemente bombardeadas pela aviação israelita, «o taxista conduzia em semi-círculos sem praticamente olhar para a estrada, com os olhos fixos no céu a observar o movimento dos aviões israelitas e a direcção dos mísseis», e, por muito que discordemos da legenda do cartaz, não conseguimos deixar de sentir um grande orgulho e de torcer para que o Michel possa voltar quanto antes para o país a desmoronar-se que deixou para trás ou que a sua família possa sair pacificamente do Líbano para visitar este país à beira-mar alheado e regressar à Beirute natal sem nada temer. Porque, ao contrário do que por aí se apregoa, há libaneses que odeiam visceralmente o Hezbollah e a Síria, por muito que a imagem permita conjecturar o oposto.
evva e mariaşi
3 comentários:
eu também assinava este post.
são um casal muito querido que irradia união.
merecem que há sua volta haja felicidade.
(só que eu, apesar de estar muito pouco informada, acho que também concordo com o cartaz...).
Isabel Sofia
PS: não consegi entrar como blogger... dizia que a conta não existe...
Ao contrário do que é normal em mim estou sem palavras. Obrigada pela vossa amizade, generosa e constante, que como bem sabeis bem estimo.
Só hoje li este texto e não pude deixar de o comparar com o "MEC e Israel". Neste, Evva comenta - quote - escusado será dizer que assino por baixo - unquote
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