sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Médicos e professores

A avaliação dos médicos, que já existia, baseava-se num sistema de concursos. Agora passará a ser baseada nesta avaliação de desempenho, que classifica como relevante, adequada ou inadequada a prestação do profissional, mediante a confrontação dos objectivos fixados e dos resultados obtidos, diz o jornal.

Carlos Santos, do Sindicato Independente dos Médicos, adiantou ao “Diário de Notícias” que os concursos já existentes terão de continuar para garantir a progressão de carreira.

Por sua vez, Mário Jorge, da Federação Nacional de Médicos, defende que a avaliação de desempenho dos médicos é matéria de contratação colectiva e é isso que deveria estar a ser negociado, criticando o facto de esta proposta ser feita pelo Ministério da Saúde fora desse contexto.


Assuma-se de uma vez por todas que, em ambos os casos, o que está em causa não é a avaliação formativa, visando a melhoria do desempenho e dos processos, mas sim a criação de um filtro à progressão na carreira com o (alto)  risco de artificialização dos resultados em dois sectores fundamentais para a qualidade de vida dos cidadãos.
Sublinhe-se ainda, em ambos os casos,  a (também altamente) inquietante atitude impositiva do Governo, desrespeitadora dos processos negociais instituídos e essenciais na garantia da democraticidade governativa.

Sónia

2 comentários:

João Sá disse...

O poder dos números continua imparável na mente de alguns.

Alguém duvida de que um médico que atende 100 doentes é melhor do que outro que atende apenas 50 (no mesmo período de tempo, claro)?
Até pode ter receitado uma aspirina a quem precisava de um laxante. O que interessa isso? Volta lá outra vez e aumenta o número dos "objectivos".

Viva um mundo cada vez mais humano.

Sónia Duarte disse...

Talvez seja o resultado de demasiada exposição a ER (a série televisiva "Emergency Room") sem ter aprendido nada com isso... Há quem se arrisque a transformar o sonho americano no "Pesadelo em Elm street"...

Sónia