Reviver o passado…
… não. Não é em Brightshead, embora as imagens e a música de entrada da série sejam uma das mais antigas memórias recorrentes que tenho.
A votação do programa da RTP parece ter dado início a uma discussão em relação ao nosso passado dictatorial mais recente. É um tema muito delicado, mas cujo luto é importante fazer.
Eu gostava que o programa da televisão do Estado, junto com movimentos como o Não Apaguem a Memória conseguissem criar a vontade política para a produção de um museu que pudesse mostrar aquilo que fomos durante quase 50 anos. É verdade que ninguém gosta de ver no espelho imagens que envergonhem, mas se as continuarmos a negar ou a esconder, corremos o risco de darmos com elas quando menos esperamos, como parece estar a acontecer em Espanha nas recentes manifestações promovidas pelo Partido Popular.
Cada vez que surge um debate em torno do antigo presidente do Conselho, parece que o país entra em pânico, com o receio que algo profundo e medonho acorde e renasça.
Se calhar é por isso que nos ensinam na escola a glorificar os descobrimentos, para ver se nos põem a olhar, ainda que de forma esquizofrénica, para aquilo que de bom fizemos.
Ai, ai… o Eduardo Lourenço tinha mesmo razão. A nossa saudade é mesmo um labirinto.
E eu não consigo descobrir porquê.
andré
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