terça-feira, janeiro 15, 2008

Olé!

Napoleon During the Surrender of Madrid, 4th December 1808
Antoine-Jean Gros


Algumas propostas:


1) Perto da Bilioteca Nacional ou menos perto, mas a articular com os horários de entrada/saída, há alguns lugares imperdíveis. Estão, por um lado, cafés emblemáticos como o do Círculo de Bellas Artes e o Cafe Museo Chicote, ali em direcção à Gran Vía, para tomar uma caña ou um cortado e desempoeirar dos manuscritos. Por outro lado, para alimentar corpo e alma, eu sugeria o chocolate con churros da Churrería San Ginés (na rua do mesmo nome, perto da Calle Mayor) ou os bocadillos do bar (rasca, sem deixar de ser um clássico) ali perto da estação de Atocha / museu Reina Sofía.


2) Para a noite, há outros "antros". Em estilo castiço, a zona de Lavapiés, onde podem comer numa tasca galega: o Café Melo's Bar (pedir de tudo: croquetas, zapatilla, morcilla de arroz, pimientos de padrón e regar com Ribeiro) e ir depois, um pouco abaixo, tomar café ou um gelado para sobremesa no clássico (mas abusivamente caro) Café Barbieri. Para prolongar a noite, sem ir mais longe, um licor de medronho (ou qualquer um dos milhentos) que podem encontrar na licorería que tem registada a patente do licor da cidade (o de medronho). Para terminar em ambiente popular, Candela um conhecidíssimo bar de flamenco. A minha zona mais habitual era, contudo, Malasaña, que, embora sendo predominantemente alternativa, oferece possibilidades para todos os gostos. Jantar na baratinha e suprema Pizaría Maravillas (Calle de la Palma) para depois digerir o jantar na Tetería de la abuela ali ao pé, na licorería em frente desta última ou nos muitos bares da zona. Os clássicos (pop/rock): La vaca austera e La vía láctea. Uma proposta mais clássica, levar-vos-ia à Plaza de Santa Ana, onde encontram o Café Central (Jazz), La taberna de Alicia (celta), e um de música clássica cujo nome não me lembro. Especiais são as Cuevas de Sésamo (piano bar), de tradição boémia e literária. Imperdoável não beber sangria! Se quiserem aligeirar o ritmo e acalmar, ali mesmo na praça, está o Teatro Español e um pouco abaixo a Filmoteca (Cine Doré).


Para os recuerdos, porque não comprar caramelos em Espanha é  "como ir a Roma e não ver o Papa" (algo que eu, ateia, penso nunca vir a fazer): Caramelos Paco (Metro: Toledo) é quase um museu do rebuçado! Os tradicionais de Madrid são os caramelos a la violeta, que parecem as mesmas flores cristalizadas. Também em qualquer boa perfumaria do centro, poderás encontrar os produtos Gal: sabonetes, coloretes e vaselinas em versão de museu. Outra aposta é a padaria saindo dos arcos da Plaza Mayor (como descendo para o Rastro) onde se pode comprar o melhor pão de cebola e pão de alho que já comi! Se tiverem coragem para vir cá depois da viagem, tragam este pãozinho e eu ofereço uma ceia ligeira e, já que me puseste à vontade, traz um a mais para eu guardar, que tenho saudades a matar destes sabores.


Não esquecendo ao que vão: Librería Visor (Metro: Moncloa). É uma livraria/editora especializada na área de Filologia. De facto, é a que trabalha com a Faculdade de Filologia da Complutense. E mesmo ao lado de Atocha, na "Cuesta... qualquer coisa" (Cuesta Moyano, creio), uma feira permanente (ou quase) do livro usado/antigo, onde se encontram verdadeiras raridades.


!Que lo pases bien!


Sónia

(imagem: evva)

4 comentários:

Esplendor disse...

Oh si! Que lo pases bien.
E vê masé se mandas uns caramelos pelo correio.

andré

Esplendor disse...

Já me esquecia.
E se fores tomar café com a Carmen (a baronesa), diz-lhe que o Siza não é mau rapaz.
Ela que o convide para tomar café em casa dela. Ou então que vá comer umas sardinhas assadas a Matosinhos com ele. Vai ver que tudo se resolve.

andré

Esplendor disse...

Já me lembro!!!! O bar de música clássica/erudita é" La Fídula" (c/Huerta, 57, metro Antón Martín). Imperdível também é a sidreria "Casa Mingo", no Paseo de la Florida, 34 (metro Príncipe Pío): recomendam-se o churrasco de frango, os "chorizos a la sidra" e , claro, a própria.

Sónia

Esplendor disse...

E já agora, a sobremesa asturiana mais emblemática parece ser a "cuajada", portando de "postre" já sabem... fica aqui a sugestão.

Sónia