terça-feira, junho 27, 2006

Play fair



Não entendo como é que se pode celebrar uma selecção que será recordada, se mais não fizer, por ter participado, e com uma boa dose de responsabilidade, no jogo mais violento de que há memória num Mundial de futebol. E não me venham dizer que a culpa foi do árbitro por não ter expulsado o carniceiro do Cristiano Ronaldo e mais não sei o quê. Como é que conseguem não aceitar as críticas e acusar quem coloca objecções àquele comportamento lamentável de anti-scolarianismo primário?
Figo queria terminar a carreira em glória? Veremos se conseguirá ser lembrado pelas fitinhas e pelo engenhoso golpe de cabeça ou algo mais. Deitou por terra a exibição que fez nos jogos anteriores, sobretudo a jogada fabulosa para o primeiro golo de Pauleta.
O Mundial de futebol traz projecção internacional? Mas afinal o que queremos projectar? A chico-espertice troglodita?

Eu não desejo que a selecção perca, como apregoam por aí os incapazes de aceitar as críticas de absoluta falta de fair play. Por muito que não goste do seleccionador e continue a duvidar da sua real capacidade - lembram-se de 2004 e dos dois jogos que perdemos com a Grécia? E a teimosa convocatória? -, quero que a selecção vença este torneio, mas a jogar bonito, a deslumbrar-nos em cada passe, a conquistar pela magia da técnica os detractores incondicionais.
Ou então que perca de uma vez, para que a sanidade mental regresse a este país. Se é que alguma vez a teve.


evva

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