domingo, abril 09, 2006

Como sobreviver a um coração despedaçado I

Chegar a casa, ligar o computador e publicar versos no blog, mesmo alheios, mesmo que nos façam chorar. Lá virá o tempo em que as lágrimas se estancam e começamos a amar mais as palavras, únicas, irrepetíveis, que os seres que secreta e indiferentemente as inspiraram:

Paráfrase

Este poema começa por te comparar
com as constelações,
com os seus nomes mágicos
e desenhos precisos,
e depois
um jogo de palavras indica
que sem ti a astronomia
é uma ciência infeliz.
Em seguida, duas metáforas
introduzem o tema da luz
e dos constrastes
petrarquistas que existem
na mulher amada,
no refúgio triste da imaginação.

A segunda estrofe sugere
que a diversidade de seres vivos
prova a existência de Deus
e a tua, ao mesmo tempo
que toma um por um
os atributos
que participam da tua natureza
e do espaço criador
do teu silêncio.

Uma hipérbole, finalmente,
diz que me fazes muita falta

Pedro Mexia


[evva]

P.S.: Toca a arregaçar as mangas e a analisar/comentar a 'metapoeticidade mexiana'. Esta vida são dois dias e Cristo só dormiu três.

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