A ver os blogues passar
Sempre encarei a informática como um meio moderno de fazer novos excluídos. Poderia encontrar no recôndito do meu ser vagas razões para isso ou tentar descortinar motivações sociológicas para o facto: as primeiras reservo-as só para mim; as segundas, não tenho pachorra de apresentar. Considero, por isso, ser este um momento solene: aquele em que uma voluntariamente info-excluída (ironia: a minha irmã, que adoro, é programadora informática) se estreia na blogosfera, ainda com a sensação de quem está a dominar uma fera...
Hoje, estive a ver blogues passar nas pontas dos dedos da minha amiga Elsa. E eis que se revelou a luz de alguns dos melhores tesouros da gruta de Ali Bábá. Pela primeira vez apercebi-me da existência de pérolas de cariz literário, das potencialidades e virtudes no ciberespaço. A Elsa espanta-se de que só agora lhe tenha dado ouvidos, o Henrique deve admirar-se de que finalmente deixe de encarar a Net como bicho-papão e me aperceba da nova beleza inerente à coisa!
Não digo que irei compor uma «Ode Triunfal» à blogosfera, mas confesso que me sinto um pouco como alguém a quem foi dado, por fim, ver a luz. Já Platão bradava na Caverna: a caminhada para a luz faz-se de forma gradual, pois a revelação imediata pode cegar... E São Paulo, 500 anos mais tarde, aconselhava o leite primeiro para se chegar depois ao alimento sólido. Como não sei se quero cegar como São Paulo na estrada de Damasco, e como achei que ficavam bem aqui estas referências para não me considerarem uma inculta qualquer pelo facto de só agora vislumbrar as potencialidades da blogosfera, e para não me enterrar mais, fico por aqui, por hoje! Mi aguarrrdem!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário