quinta-feira, fevereiro 21, 2008

I don't want to sleep alone



Embora este não seja um desejo de todo invulgar o filme que dá corpo à frase é-o com certeza. Pelo menos para mim. Após algum esforço de memória encontro o Rosetta, onde a ausência de música acentua ainda mais o sufoco da vida que se nos apresenta. Em
Hei yan quan, realizado pelo taiwanês Ming-liang Tsai, só a luz nos salva.
…e, de vez em quando, a rádio que fala ou canta por detrás das cenas. Quase tudo é vivido mas não falado. E a acreditar na brochura que li antes do filme, as metáforas estão por toda a parte. A maior de todas é o homem em estado vegetal a lembrar a cidade e a vida que os personagens tentam enganar. É triste, por vezes até brutal. E talvez por isso é que a beleza, noutros casos difícil de encontrar, é aqui tão nítida e tão profunda. Vale tudo para se tentar sobreviver, e ainda mais para se tentar ser feliz.

Por aqui é o Showroom que nos vai trazendo estas obras a que quase ninguém dá atenção. Espero que por aí o Cidade do Porto e o Campo Alegre continuem também a sua acção filantrópica.


andré

1 comentário:

Esplendor disse...

Era neste filme que pensava quando incluí o realizador entre as minhas referências no cinema asiático.
Por aqui, continuamos com o abaixo-assinado contra o encerramento e estou a começar a achar que vinha bem um para entregar definitivamente a sala bébé ao Cineclube do Porto.

Sónia