O estado a que chegámos...
Estado do Sítio
É só fumaça
O espectáculo dado por professores, sindicatos e oposição é profundamente lamentável. Neste filme de terceira ou quarta categoria é lamentável que a discussão gire, mais uma vez, em torno dos professores. Nesta monumental encenação, em que até uma grande parte da Comunicação Social e dos que fazem opinião colaboram activamente, é lamentável que os utentes ou clientes [!!!] da escola pública sejam pura e simplesmente ignorados.Neste forró de mentiras, é lamentável que os pais e os alunos não sejam os principais actores de uma história triste, recheada de insucessos, abandonos e falta de qualidade, características marcantes do ensino público nestes 34 anos de Democracia. [ Mas se o são!!! Eles são tão partícipes dessa história como os professores! Eles são a razão pela qual os professores saem à rua: para conseguir condições para trabalhar melhor! O slogan "Deixem-nos ser professores" diz tudo".] Ministério da Educação e a ministra da Educação têm razão. [Em quê e porquê, exactamente? ] E seria um verdadeiro desastre se José Sócrates repetisse na Educação o que fez há poucos meses na Saúde a troco de uns bons milhares de votos de professores e respectivas famílias [O que se defende não é que mude de política a troco de votos, mas a favor de todos nós].
Maria de Lurdes Rodrigues revelou-se uma excelente ministra. Com erros, obviamente. Mas mostrou que tem coragem [eu diria "teimosia"...] e, mais do que isso, procurou e procura pôr os interesses de pais e alunos à frente dos chamados direitos adquiridos dos professores ["Interesses" à frente de "direitos" ?!?! Que interesses? E os direitos dos alunos e dos seus encarregados de educação e famílias a um sistema de ensino de qualidade ficam onde? À frente, atrás ou no meio?!]. As manifestações, as greves, as vigílias, o folclore montado pelos sindicatos têm pouco a ver com a avaliação [Correcto! É prova de que não é dos nossos interesses que falamos]. A guerra prometida pela Fenprof tem a ver com o Estatuto da Carreira Docente, com a distinção entre professores titulares e não-titulares, com as aulas de substituição, com mais trabalho e mais horas dos professores nas escolas [Correcto! É prova de que se trata de uma crítica à política educativa em geral, a qual afecta, por sua vez, a generalidade da comunidade educativa. Quanto à referência a mais trabalho e mais horas dos professores na escola, agradece-se esse reconhecimento, mas é importante reconhecer também que esse trabalho e esse tempo que todos reconhecem ser útil ao sistema e aos alunos, não deve ser suprido com a sobrecarga dos professores que já o integram, mas, por exemplo, com recurso a mais professores e uma melhor distribuição da componente lectiva e não lectiva e do número de alunos/níveis de escolaridade/ turmas por professor. Fica à vista de todos que, quando a Ministra da Educação afirmou que a sua política educativa não implicaria necessidade de acréscimo de mais recursos humanos e que havia professores "a mais" cometeu, no mínimo, um erro de análise.] Depois vem a avaliação, o modelo e principalmente o facto de os resultados influenciarem a carreira dos docentes [Diz bem: "principalmente"... pois é principalmente essa medida que lança margem de suspeita - que não é o mesmo que razões para suspeita - sobre a fiabilidade da avaliação das aprendizagens e a qualidade das mesmas.]
É tudo isto que está em causa, é tudo isto que os sindicatos e os professores não querem [É sim senhor!] Maria de Lurdes Rodrigues tenta pôr a escola pública ao serviço dos pais e dos alunos[!!!]. Os professores, sindicatos e uma oposição cada vez mais lamentável [Porquê, exactamente? E exactamente que professores, que sindicatos e que oposição? Não é tudo farinha do mesmo saco... !] querem voltar a um passado recente em que os alunos apenas serviam para perturbar as masturbações pedagógicas[!!!] dos professores que transformaram a escola pública [A pública?!] em algo muito pouco recomendável.
É por isso que, neste sítio pobre, manhoso, hipócrita e cada vez mais mal frequentado [Desde que sítio nos fala este senhor?], uma mulher como Maria de Lurdes Rodrigues faz falta. Pelo exemplo, pela coragem e pela capacidade de fazer reformas indispensáveis contra uma corporação [Referir-se-à banca, às grandes finanças...?] ao longo de anos e anos se habituou a mandar no Ministério da 5 de Outubro e na escola pública.
António Ribeiro Ferreira, Jornalista
1 comentário:
Sei que não devia, mas não consigo fazer um comentário profundo e sensato. também não devia continuar este disparate mas, está a ser mais forte do que a minha própria força. É só desta vez.
Gostei desta parte da "fumaça":
«É por isso que, neste sítio pobre, manhoso, hipócrita e cada vez mais mal frequentado, uma mulher como Maria de Lurdes Rodrigues faz falta».
Ele lá sabe onde a senhora faz falta...
Quem somos nós, «neste forró de mentiras», para contrariar um senhor que tanto sabe do que escreve e só escreve do que sabe?
Também gostei desta outra parte da «fumaça»:
«Maria de Lurdes Rodrigues revelou-se uma EXCELENTE ministra. Com ERROS, obviamente».
Excelente com erros!
Não fikem a pençar que, açim, os professores vão todos conseguir a menssão "exçelente" - eles não vão ter eçe tipo de çimplifikassão.
Ai num bão não!
Não çe esquessão das kotas...
Errar é humano.
Logo, errar é excelente.
Estasse çempre a aprender
Não volto a portar-me mal...
...mas não prometo.
Paulo Duarte
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