Brokeback
Não é um grande filme. Realização limpa e acabada, um tanto ou quanto envergonhada, nada de novo. Havia necessidade de tanto pudor? Não me surpreendeu. Depois de Sensibilidade e Bom Senso (1995) e Tempestade de Gelo (1997), Ang Lee deixou de me interessar. Heather Ledger arrasta penosamente o seu underacting, sem conseguir explorar o conflito de quem hesita em assumir-se (sim, chora convulsivamente, sim, casa-se, sim, divorcia-se, sim, bebe demasiado, sim, é agressivo, sim, tem um flirt ocasional com uma mulher, so what?). A vulnerabilidade de Jake Gyllenhaal é bem mais convincente, no olhar donde vai desaparecendo a frescura da juventude. Mas tudo é tão ténue que, às tantas, desejamos que o filme acabe, pois já adivinhamos onde tudo aquilo nos leva. Não devia ser assim. Um bom filme nunca queremos que termine, pode agredir-nos com murros no estômago, tirar-nos o tapete e abandonar-nos diante de precipício e múltiplas emoções que, no final, desejamos sofregamente passar pelo mesmo calvário. Talvez nas mãos de um outro realizador tudo fosse diferente. Quando estreia o próximo Clint Eastwood?
evva
P.S.: Se não se tratasse de um love affair homossexual atrairia tantas atenções?
Adenda: Que o que acima ficou dito não dissuada ninguém de ver o filme. Trata-se de um filme mainstream e que não vale mais do três estrelas, mas é só uma opinião pessoal.
2 comentários:
É a primeira pessoa que velo a não dizer bem do Brokeback. Weird Stuff...
Cumprimentos,
Sérgio Lopes
www.cineasia.blogspot.com
Apesar da relatividade de qualquer opinião, creio que se trata de um filme sobrevalorizado, talvez pelo tema que aborda. Nem sequer é um 'western gay', como se tem dito por aí, mas um melodrama. Uma boa história, ou um bom argumento, nem sempre está na origem de um filme de qualidade. talvez nas mãos de um outro realizador...
evva
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