segunda-feira, novembro 17, 2008

Direito de resposta


Resposta ao artigo do Sr. Emídio Rangel Arre que é de mais!", de 16 de Novembro de 2008 (16:01h), publicado no "Correio da Manhã – Opinião"
 
Esclarece a ERC, que têm direito de resposta e de rectificação todos aqueles que tenham sido objecto de referências que possam afectar a sua reputação ou bom nome, ou referências erróneas ou inverídicas que lhes digam respeito, por conseguinte, na qualidade de professor, eu evoco este direito para repor o bom nome de uma classe inteira – e o meu, em particular – da difamação generalizada que o Sr. Rangel colocou nos professores.

Assim, pretendo ver esta minha resposta publicada no "Correio da Manhã".

Estranhamente, o "Correio da Manhã" preocupa-se demais com a reputação de alguns dos seus comentadores sem escrúpulos, e "de menos" com a reputação do público. Não é jornalismo fomentar a intriga e a má-língua contra qualquer grupo profissional, mas isso é o que o "Correio da Manhã" pratica ao publicar artigos como o do Sr. Rangel. É espectável que o "Correio da Manhã" avise que não publica comentários que apresentemconteúdos racistas, xenófobos, difamatórios e atentatórios da boa imagem dos visadosPena é que não pratique este bom princípio relativamente ao Sr. Rangel quando ele maltrata o jornalismo, maltrata a docência… maltrata tudo e todos que, afinal, lhe apeteça maltratar edifamar, fazendo-o com reincidência preocupante.

Não me vou ocupar demais com o seu texto – deselegante e de péssimo gosto – mas, somente, com duas afirmações para evitar o enjoo:

Primeira afirmação: Está hoje claro que essa acção ostracizante foi praticada cobardemente por jovens, instruídos por professores, que os dispensaram das aulas para esse efeito. (…) Isto é, os professores procuram agora envolver crianças, jovens, na sua 'guerra'..

Comentário: Sendo verdade que alguns maus professores dispensaramos alunos para os envolver em acções contra membros do governo, então, tal também acontece porque alguns maus jornalistas, conhecedores dessa manipulação, não cumprem o dever nem a coragem de a denunciar junto do Ministério Público, ou da respectiva hierarquia, para tratamento criminal ou disciplinar. Estará o Sr. Rangel a ocultar provas de actos vergonhosos contra a Educação e contra elementos do governo, ou estará a "especular"? Este senhor, ora diz que a Srª Ministra da Educação foi recebida por jovens, que agora se sabe não pertenciam àquele núcleo, provavelmente nem sequer eram alunos… assim como também diz, adiante,que essa acção ostracizante foi praticada cobardemente por jovens, instruídos por professores, que os dispensaram das aulas para esse efeito.Ora, se os "jovens" não eram alunos, então como é que foram dispensados das aulas.

Parece que este senhor diz o que não sabe e também não sabe o que diz mas, tão ou mais incompreensível ainda, parece haver um órgão de comunicação social que anda muito distraído enquanto vai este senhor  vai "brincando aos jornalistas"... Podemos dar-nos por felizes porque, enquanto "brincar aos jornalistas", não estará a "brincar aos professores" (e, "aos médicos", o que não seria?).

Segunda afirmação: Fogem da avaliação a sete pés.

Comentário: Os professores não fogem da avaliação. É o governo português quem foge de uma avaliação séria e construtiva. Os professoresexigem ser avaliados e lutam por uma avaliação não viciada pelos resultados escolares dos alunos. Lutam, corajosamente e com determinação, por uma escola centrada na avaliação dos alunos e não na avaliação dos professores. Coragem! É por falta dela que nunca veremos o Sr. Rangel a pedir desculpa aos professores e ao País, no acto simbólico de denunciar aqueles que, pelas suas palavras, envolveram alunos em actos tão vergonhosos.

Se este senhor não sabe quem foi, então como sabe que eram professores?

Não vou criticar os jornalistas como este indivíduo critica os professores, mas isto não é jornalismo. Isto é "má-língua", é "intriga", é "difamação", é pura maldade dirigida contra uma classe profissional inteira.

Alguém anda muito desatento à utilização da palavra "jornalismo".

Sou professor com a mesma vocação que teria se fosse jornalista, por isso afirmo, com toda a convicção que, atirar injúrias, faz mais mossa do que atirar ovos (desde que não sejam de avestruz com a cabeça enfiada na areia).

Paulo Duarte – professor.


Obrigada, Paulo!!!

Sónia

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