sexta-feira, novembro 14, 2008


Amanhã haverá mais uma concentração de professores em Lisboa. Os tempos estão muito difíceis para nós e seria aconselhável que os sindicatos não denegrissem os que daqui a algumas horas se manifestarão. Tenha havido ou não um entendimento para uma manifestação conjunta, os que decidiram reunir-se amanhã em Lisboa para fazer ouvir a sua voz de protesto têm tanta legitimidade como os que há uma semana lá estiveram. Alguns deslocar-se-ão de novo à baixa lisboeta uma semana após a terem percorrido, numa marcha muito degastante a que se seguiu uma semana de trabalho intenso, que incluiu aulas e reuniões e reuniões em horário pós-laboral.

Gostaria também de lá estar, mas o cansaço e o imenso trabalho acumulado não o permitem. De qualquer forma, aqui ficam os meus votos de sucesso para esta iniciativa e, uma vez mais, a recordação de um dia histórico, em que todos nos unimos numa mesma causa:


http://flickr.com/photos/32287270@N04/show/



evva

5 comentários:

Esplendor disse...

O único problema nesta manifestação é que a sua motivação original é a demarcação da imagem dos sindicatos, ou seja, que foi na convocatória para a mesma que se começou a denegrir a imagem dos professores que legitimamente são sindicalistas, sindicalizados ou meros simpatizantes dos sindicatos e do seu trabalho.
Eu não vou lá estar por opção, mas vou estar a trabalhar na resistência a este modelo injusto, também às custas do meu tempo pessoal que deveria reservar para o descanso e que preciso de entregar ao trabalho.
Divergências à parte este não é o momento para lutas interinas dentro da classe. Embora não concorde com esta manifestação, espero que ela resulte em favor da luta que todos estamos a travar.

Sónia

Esplendor disse...

«O único problema nesta manifestação é que a sua motivação original é a demarcação da imagem dos sindicatos»

Ora aí está um bom motivo para uma manifestação. Até parece que os sindicatos estão na posse absoluta da Verdade e não podem ser criticados. Vivemos ou não numa democracia? Olhe que muitos dos que estiveram em Lisboa há uma semana atrás não gostaram do discurso excessivamente politizado dos líderes sindicais e de algumas medidas anunciadas por suposta unanimidade de 120 mil docentes. Infelizmente para muitos sindicalizados que já tentaram recorrer à ajuda especializada destas organizações e foram presenteados com um encolher de ombros e um 'desenrasque-se, colega', os sindicatos continuam a agir sobretudo por motivos ideológicos e políticos. Alguém ouviu uma crítica que seja aos excessos com que os alunos presentearam secretários de estado e ministra? Ou algum comentário face a mais e costumeiras agressões de alunos e pais a professores noticiadas esta semana? E os sindicatos não têm nada a dizer sobre a vergonhosa decisão do governo da região autónoma da Madeira de avaliar todos os professores com 'Bom'?

evva

clarinda disse...

Olá evva!

Cantámos mais do que aqui nesta recolha de imagens se ouve.

Ouviste a entrevista da presidente da Escola Infanta Dona Maria, ontem?

Precisamos de pessoas como ela na televisão. Só assim o povo português vai compreender o que de facto está em cima da mesa.

Que seja grande também a manifestação de hoje!

Esplendor disse...

Avisaram-me da entrevista, mas não consegui desligar do documentário sobre o Manoel de Oliveira na dois. Vou espreitar o site da rtp a ver se apanho alguma coisa. Até já!

evva

Sónia Duarte disse...

Pois há que reconhecer que a minha citação isolada merece o comentário que teve: demarcar-se dos sindicatos (e falo em abstracto) pode obviamente ser um bom motivo para uma manifestação. Mas essa citação surge em resposta aos votos que a evva fez acerca de os sindicatos não denegrirem a imagem dos movimentos. a minha intenção era repor a ordem cronológica das coisas para que se percebesse por que acontecem e não justificar que aconteçam.
Neste momento o que é preciso é muita união, muito juízo e já agora um bom moscatel e muito respeitinho também ajudava...
Termino dizendo que não percebo como se podem associar o termo "despolitizado" ao movineto sindical e o termo "independente" aos movimentos de que falamos.