sábado, novembro 29, 2008

Pomos e laranjais

(imagem registada há instantes em Azevedo,
a inaugurar a minha entrada na era da fotografia digital)


Recolhi-me, sem demora, debaixo do laranjal,
O granizo era tanto, manto branco sem igual.
O Infante adormecido, deitado entr’as flores,
Lembrou-me rimas antigas, de pomos, d'outros amores:

O rei estava à janela - a rainha no quintal
Atirando-se um ao outro - com pedrinhas de cristal
Um atira, o outro atira - não se puderam acertar
Estavam colhendo laranjas - no seu rico laranjal
A do fundo a vintém - a do meio a real
A do cimo d’alto preço - ninguém te pode chegar.

(do Romanceiro)

[evva]

1 comentário:

Sónia Duarte disse...

Partilha a riqueza com os famélicos da terra

Sónia
(magrinha, magrinha...)